Evento aconteceu no último dia 19

No último dia 19, o Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil realizou o webinar “Reforma Tributária: perspectivas para auditorias e prestadores de serviços”, que reuniu profissionais da área contábil, fiscal e de Auditoria Independente para discutir os principais reflexos das mudanças tributárias no setor de serviços. O encontro contou com a participação de Ademir Bernardo, coordenador do Grupo de Trabalho Tributário do Ibracon, e Marcelo Frateschi, sócio de Tax em firma de auditoria associada. A moderação foi conduzida por Luis Carlos de Sousa, diretor de Administração e Finanças da 6ª Seção Regional do Instituto.

Na abertura, Luis Carlos destacou o papel do Ibracon na capacitação contínua dos profissionais da área. “Esse evento nasceu de um esforço que o Ibracon está fazendo em vários níveis, no nacional e nas regionais, de trazer sempre temas atuais e ajudar nossa classe”, afirmou. Ele ressaltou ainda que o foco do webinar era oferecer uma análise sob a óptica do auditor independente. “A ideia aqui é provocar, trazer uma visão de auditor para auditor, de consultor para consultor, de prestador de serviço para prestador de serviço.”

Impactos e período de transição

Ao iniciar a apresentação técnica, Ademir Bernardo contextualizou o momento. “Estamos passando por uma reforma tributária que é um projeto ongoing, ainda em construção, que terá uma longa fase de transição até 2033”, explicou. Segundo ele, todos os setores serão afetados — inclusive as firmas de auditoria.

Ademir destacou a importância do período piloto, em 2026, quando as empresas deverão estar aptas a emitir documentos fiscais com destaque de IBS e CBS. “É muito importante estarmos preparados até 5 de janeiro para a emissão do documento fiscal com o destaque do IBS e do CBS”, alertou.

Ele lembrou que, caso isso não ocorra, a legislação prevê um pagamento de 1% sobre a receita. “Se o governo não consegue a informação via documento fiscal, a empresa terá que pagar 1%. É a forma de mensurar a arrecadação potencial dos novos tributos.”

O coordenador também apresentou os principais pontos da mudança, incluindo a substituição de PIS e COFINS pelo CBS e o regime de não cumulatividade plena.
“Hoje temos uma não cumulatividade extremamente restrita para o setor de serviços. A proposta do CBS é ampliar a possibilidade de crédito, o que muda de forma relevante nossa formação de preço e as negociações com clientes”, explicou.

Desafios para as firmas de auditoria

Ao assumir a palavra, Marcelo Frateschi reforçou que os impactos vão além da área tributária.“A reforma não altera só a área fiscal — ela atinge o negócio como um todo. Sistemas, contratos, fluxo de caixa e até a estratégia comercial serão afetados”, destacou.

Entre os pontos de atenção, ele mencionou os desafios tecnológicos para o cumprimento das novas exigências de emissão de notas fiscais. “Há uma série de adaptações sistêmicas que precisam acontecer rapidamente. O prazo é curto e exige organização das firmas de auditoria e dos seus fornecedores de tecnologia.”

Marcelo também observou que a nova lógica de créditos poderá alterar a percepção dos clientes sobre os preços dos serviços. “O preço pode parecer maior, mas agora o cliente pode tomar crédito que antes não conseguia. Isso muda o custo tributário e exige conversas transparentes com o mercado”, explicou.

Estudos em andamento

Durante o evento, Ademir informou que um grupo de trabalho do Ibracon está estudando os reflexos da reforma tributária nas demonstrações financeiras. “Esse é um trabalho complexo e em andamento. Ainda não há práticas definidas pelo Ibracon, CPC ou outros órgãos. Podemos apresentar cenários, mas não diretrizes oficiais”, ressaltou.

Conteúdos complementares

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O PPT apresentado no webinar, já está disponível. Clique aqui para acessar.

Por Comunicação Ibracon