#13ª Conferência

A programação da 13ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente do Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil, realizada nos dias 27 e 28 de junho, contemplou a realização do “Painel de Líderes – Governança e desenvolvimento sustentável”, cujo vídeo já está disponível na íntegra.

O painel contou com as participações de Carlos Pires, coordenador do Conselho Fiscal do Ibracon e sócio-líder de Auditoria da KPMG no Brasil e América do Sul, Claudia Pitta, membro do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Eduardo Pachikoski, membro do Conselho de Administração do Ibracon e presidente da PP&C, Marcelo Cioffi, membro do Conselho Editorial do Ibracon e sócio-líder de Mercados e Clientes da PwC Brasil, e Raul Corrêa, membro do Conselho de Administração do Ibracon e presidente da BDO.

O debate abordou amplos aspectos da agenda positiva de governança, como diversidade, inclusão, sustentabilidade ambiental e social, inovação, transparência, prestação de contas e conflitos de interesses. Entre esses diversos temas Cláudia Pitta destacou o da ética. Segundo ela, é uma “responsabilidade da organização fomentar a cultura ética. Cultura ética se desenvolve, assim como cultura de inovação. Então, todo o investimento que as empresas fazem em busca de transformações que sustentam o negócio e o levam para um novo patamar no futuro, devem levar em conta [o investimento no desenvolvimento da] cultura ética”, disse.

Mas em que medida as novas exigências e esses desenvolvimentos afetam a atividade do auditor independente? Quais práticas e competências são necessárias para lidar com esses desafios? Respondendo a este questionamento, Eduardo Pachikoski, abordou o aspecto da ética dentro da auditoria. “Falar sobre isso, é falar sobre uma condição inerente a qualquer profissão, especialmente à do auditor independente. E este profissional tem todas as ferramentas, todas as normas nacionais e internacionais muito bem definidas desde antes de a auditoria ser contratada. São procedimentos que o auditor aplica para avaliar os riscos de aceitar um trabalho. Ele tem a obrigação de se certificar que a empresa não tem um histórico de envolvimento em questões não éticas e ações não adequadas em termos de governança”, esclareceu.

Abordando outro aspecto desse tema, Marcelo Cioffi lembrou que “é muito comum ver executivos e executivas que, dentro da empresa, vestem a capa da diversidade da inclusão e, fora dela, abandonam tudo e não agem da mesma maneira. A questão [de ser a ética] inerente ao ser humano é muito complexa e tem de ser levado em consideração todo esse background, o ambiente em que a pessoa vive”, disse ele, opinando sobre as influências pessoais que podem impactar na cultura das empresas e, por consequência, em sua governança.

Na opinião de Raul Corrêa, nós temos que entender que o mundo mudou. “As empresas mudaram, a sociedade mudou. Hoje, você não pode fazer parte do conselho da empresa, qualquer que seja ela, sem conhecer seus valores, sem conhecer a cultura organizacional desta empresa”. Para ele, um dos grandes desafios da governança, atualmente, está no relacionamento entre os profissionais da auditoria e os diferentes setores da empresa, em particular o conselho de administração.

Carlos Pires, em uma reflexão sobre a ética na vida pessoal e no âmbito empresarial, opinou que “cada um dos profissionais que estão aqui representados seguramente, desde que entram em uma firma de auditoria aprendem de fato o que é viver a ética cotidianamente. O exercício dos princípios éticos deve vir do berço. Mas eles têm que ser vivenciados e vividos cotidianamente. E dentro do investimento que fazemos em transformação de valores, em cultura organizacional, além da formação técnica, seguramente a ética dever ser o nosso norte, nosso farol. Um caminho que temos que continuar trilhando sempre”, declarou.

Por Comunicação Ibracon